domingo, 1 de novembro de 2009

Napoli

Acabo de chegar de Nápoles.
Aquela cidade tem qualquer coisa...

Na sexta-feira passada, estavamos ainda em Outubro, eu, a "Bea" (escreve-se "Bea" mas lê-se "Bia", ao que consta) e a Sofia partimos rumo a essa cidade, depois de um concerto pela nossa brasileira preferida e uma noite muito curta, começando logo por perder o comboio. Isto é culpa da Figueiroa, toda a gente sabe. Se calhar a Bea também tem um nadinha dela no cartório porque é menina de perder coisas, algo que testemunhámos nestes dias quando a vimos esquecer-se, no espaço de escassas horas, do livro no restaurante, o gel de banho no chuveiro e o pijama na casa-de-banho.

Sexta foi dia de darmos uma voltinha por lá, matar saudades do mar, ver uma praça que é uma junção do Panteão, do Vaticano e da Praça D. João I no Porto, andar em autocarros minúsculos em ruas pouco maiores e ver que o trânsito lá consegue ser pior que o romano. Depois de estar em Nápoles, o trânsito em Roma parece de uma aldeia...

Sábado foi dedicado a Pompeia e ao "Besúbio". A menina de arquitectura não pagou. Quando se soube disso já eu tinha mostrado o meu cartão de engenharia (porque ainda não tinha impresso o de arquitectura que falsifiquei recentemente para entrar de graça nos museus). Não resisti e lancei-lhe um insulto na língua de Camões, mesmo em frente ao senhor. Aí ele pergunta "Como é? Como é que se diz "que sorte" em Português?". Consegui conter o riso mas ficou para a história... Pompeia era grandinha, bem maior do que imaginávamos, e acho que foi a primeira vez que vimos portadas de janelas em pedra. Sublinha-se só a tentativa de insulto da Coimbrã que começa a ter uns rasgos de decência e arriscou a seguinte expressão com um ar enfadado:

Vai pr'ó caraças que te parta
Voltando à cidade da bella pizza (a melhor que já se comeu em Itália) e do chocolate quente que apesar de maravilhoso é servido em copo de shot, deparámo-nos com o jogo Nápoles-Juventus em que o local ganhou 3-2. Um golo do Nápoles é um espetáculo digno de se ver... Iamos nós na rua a ouvir o relato - porque toda a cidade o ouvia em altos berros - quando se dá mais um golinho e, acompanhando a gritaria eufórica, sai um senhor disparado de uma loja voando à nossa frente direitinho a loja do outro lado da rua que abraça o companheiro lojista depois de 3 pancadas no balcão e 2 chutos nas paredes... tudo de alegria...

Hoje foi dia mais calmo. Logo de manhã, descobriu-se que o recepcionista do hostel 5 estrelas em que estávamos falava português e deixou-nos lá ficar as mochilas o dia todo. Fomos ver umas igrejas a pedido da Bea e acabamos por dar lá umas voltas até vir embora. Cansativa, esta boa vida... Ainda se encontrou uma amiga no comboio que esteve a dormir a viagem toda mas ficou visivelmente feliz por ter companhia. Acabei o dia a jantar uma salada sozinho, algo que definitivamente "mi dispiace" mas ao menos ofereceram-me chá e soube pela vida.

Resta dizer que o Pac não foi porque tem exame na terça mas já lhe disse que lá volto com ele um dia destes. Claro que não é dificil encontrar um montinho de lixo na cidade mas tem uma química qualquer. Deve ser do ar ou dos sorrisos que a malta dá a toda a gente... Ah, e criminalidade, nicles. Com os devidos cuidados, tudo corre bem.
Recomenda-se.

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